segunda-feira, 13 de outubro de 2008

Recém-nascido, recém-mãe


Acho que este amor incondicional entre mãe e bebê sobre o qual muitos autores esparramam várias palavras doces e cheias de ternura algo bastante distante da realidade. A relação ente mãe e bebê é sim muito forte, mas também é bastante construída desde a gravidez, o nascimento e finalmente o cotidiano com o bebê.
Eu amei minha primeira filha desde o momento que estava grávida e passei a gestação num longo namoro que se solidificou quando ela nasceu. Com o meu segundo filho foi muito parecido, até por que foram filhos muito desejados. Mas não tenho vergonha de dizer que, principalmente nas primeiras semanas de vida, existem horas que não nutri somente sentimento de ternura com relação ao bebê. Tem horas que estamos com fome, cansadas e nao sabemos fazê-los parar de chorar e para eles também não é diferente. Eles vem de um lugar diferente, aconchegante e com comida sem parar...
Gostaria de dividir aqui algumas coisas que definitivamente me ajudaram a passar as semanas mais difíceis de recém-mãe de um recém nascido:


  • A primeira coisa que ajudou foi a ternura e carinho do meu companheiro , que foi compreensivo e parceiro mesmo em meio a tantas turbulencias que giram em torno do nascimento e momentos que se seguem. (O pós -operatorio, a aprendizagem do bebe ao mamar no peito, as colicas...)

  • A rede familiar de pessoas que genuinamente me ajudaram muito, principalmente minha mãe e minha sogra;

  • A minha tranquilidade de que eu até poderia fazer algumas coisas erradas mas para o meu bebê seriam as mais acertadas possíveis;

Algumas coisas que fizeram muito bem a mim e ao bebê:



  • Curtir ao máximo os momentos de contato, de "pele", estes são momentos de tranquilidade para a mãe e o bebê;

  • Praticar a shantala, o que eu e o Tino adoramos desde que ele tem 1 mês. É uma massagem para ele, mas também para mim...

  • Baby calm. Um som que parece horrível, mas acalma imediatemente um bebe recém nascido que chora.

  • Passa-lo para outro colo quando o meu já não estava confortável...

Finalizo com um texto muito sábio de Frédérick Leboyer:


As primeiras semanas que se seguem ao nascimento


são como a travessia de um deserto.


Deserto povoado de monstros:


as novas sensações que, brotada do interior,


ameaçam o corpo da criança.



Depois do calor no seio materno,


depois do terrível estrangulamento do nascimento,


a enregelada solidão do berço.


A seguir, aparece uma fera,


a fome,


que morde o bebê nas entranhas.



O que enlouquece a pobre criança


não é a crueldade da ferida.


É essa novidade:


a morte do mundo que a rodeia


e que empresta ao monstro


exageradas proporções


Como acalmar essa angústia?



Nutrir a criança?


Sim.


Mas não só com leite.


É preciso pegá-la no colo.


É preciso acaricia-la, embalá-la.


E massagea-la.


(...)


F.L.

quarta-feira, 1 de outubro de 2008

Babás: O limite entre a necessidade e a acomodação



Logo que engravidei a primeira vez percebi que meu ponto de vista e a minha forma de ver o mundo haviam mudado completamente! Para todos os lados que eu olhava via mulheres grávidas e pais , mães e principalmente babás andando com bebês e crianças. Antes eu simplesmente não os percebia!


Hoje vivemos em um mundo complexo onde temos que trabalhar e dar conta da educação dos nossos filhos e por este motivo precisamos contar com outras pessoas para nos ajudar no cuidado com os filhos. Eu observava, no entanto, que os pais saíam com as babá para todos os lados, praticamente entregando toda a rotina e tarefas do contidiano para as babás, mesmo quando estavam em casa! Isso me deixou assustada! Será que vou ser assim, pensava... Logo decidi que definitivamente nao deixaria a educação dos meus filhos na mão de outras pessoas... E para manter o limite entre o necessário e o exagerado estabeleci algumas regras para mim mesma seguir:


- Ao chegar em casa orientar que a babá se afaste e deixe que eu e/ ou o pai cuidemos da rotina dos meus filhos preservando a nossa privacidade e relacionamento com as crianças, ou seja, quando eu piso o é em casa, quem cuida das crianças sou eu!


- Não sair para todos os lados com a babá, a não ser que seja uma situação em que eu esteja incapacitada de cuidar das crianças (o que na prática é bastante raro);


- Não ter babás nos finais de semana em casa, a não ser em dias programados para poder sair com o maridão;


- Contar mais com o apoio dos familiares do que com as babás nos cuidados com as crianças, é melhor deixar com a avó ou a madrinha!;


-Dividir sempre o cuidado com as crianças com o pai, pois o trabalho fica mais suave e une a todos.




Assim eu fico tranquila de que estou criando um ambiente familiar melhor para minhas crianças e também que não vou estar criando um cenário de facilidades e sem limites, que normalmente é criado com babás fazendo tudo pelas crianças 24 horas por dia!